Veja os crimes pelos quais a vereadora Tatiana Medeiros foi indiciada pela PF

A informação consta em inquérito assinado pelo delegado Daniel Araújo Alves.

A vereadora Tatiana Medeiros (PSB), de Teresina, foi indiciada pela Polícia Federal por uma série de crimes, entre eles organização criminosa, corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, apropriação indébita e peculato-desvio, popularmente conhecido como "rachadinha". A informação consta em inquérito assinado pelo delegado Daniel Araújo Alves.

  

Stenio Ferreira Santos, Alandilson Cardoso e Tatiana Medeiros (PSB) Reprodução
   

Tatiana foi presa no dia 3 de abril de 2025, em sua residência, durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, que investiga um esquema de compra de votos nas eleições de 2024. O caso ganhou maior repercussão após a prisão de seu ex-namorado, identificado como membro de uma facção criminosa, o que reforçou as suspeitas de envolvimento da parlamentar com o crime organizado.

Além da vereadora, outros nomes também foram alvos da investigação. Alandilson Cardoso Passos foi indiciado por crimes como organização criminosa, corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro, além de violação do sigilo do voto. Segundo a PF, ele teria investido mais de R$ 1 milhão na campanha de Tatiana, com recursos de origem ilícita. O padrasto da vereadora, Stenio Ferreira Santos, também foi citado no inquérito e apontado por movimentar mais de R$ 9 milhões entre 2023 e 2024.

Servidores exonerados

Em resposta às investigações, a Câmara Municipal de Teresina determinou a exoneração de todos os servidores comissionados ligados ao gabinete de Tatiana Medeiros. A decisão foi anunciada em coletiva de imprensa na manhã da última terça-feira (15), pelo presidente da Casa, vereador Enzo Samuel (PDT). Ele afirmou que a medida segue o cumprimento de decisões judiciais e reforçou que a vereadora ainda tem direito à ampla defesa.

  

Vereador Enzo Samuel (PDT). Foto: Central Piauí
   

ONG era usada em esquema de compra de votos

De acordo com o juiz José Maria de Araújo Costa, relator do caso, uma ONG vinculada à vereadora foi utilizada como instrumento para aliciar eleitores e realizar movimentações financeiras irregulares. As investigações apontam que a entidade recebeu R$ 550 mil em recursos públicos entre 2023 e 2024. Esse montante teria sido desviado para financiar a campanha de Tatiana e viabilizar a compra de votos.

  

ONG vinculada à vereadora Reprodução
   

Além disso, cargos comissionados na Câmara Municipal teriam sido usados como parte do esquema, com a nomeação de pessoas ligadas diretamente ao grupo responsável pelos crimes eleitorais.