Relatórios de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontam que Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da J&F, recebeu R$ 400 mil do advogado Juarez Chaves de Azevedo Júnior, investigado por suposta venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Piauí. As informações fazem parte de um inquérito que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo a apuração, os repasses ocorreram entre 2022 e 2024 e foram divididos em três transferências, uma de R$ 100 mil e duas de R$ 150 mil. Juarez Chaves é apontado pela investigação como um dos intermediários do esquema, que teria envolvido o pagamento de vantagens financeiras em troca de decisões judiciais favoráveis no TJ do Piauí.

O inquérito também apura a atuação do desembargador José James Gomes Pereira, que foi afastado do cargo após operação da Polícia Federal. As investigações indicam que parte dos valores recebidos por Juarez teria sido repassada a pessoas ligadas ao magistrado, como forma de ocultar a origem do dinheiro. O advogado é citado como responsável por movimentar milhões de reais durante o período investigado.
Em nota, Francisco de Assis afirmou que os valores recebidos não têm relação com propina e que correspondem a serviços jurídicos prestados a outros advogados, com recolhimento de impostos. A J&F informou que Juarez nunca prestou serviços ao grupo. As investigações seguem em andamento para esclarecer a origem dos repasses e a participação dos envolvidos.

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