Existem várias versões sobre a origem da expressão “cavalo paraguaio”. Uma delas diz que teria origem no turfe, em 6 de agosto de 1933, no primeiro Grande Prêmio Brasil, em que um cavalo chamado Mossoró, do estado de Pernambuco e que teria ascendência paraguaia, ruiu todas as expectativas, arrancou inesperadamente e venceu o páreo, surpreendendo os apostadores.
Outra versão mostra que é uma gíria utilizada no futebol brasileiro, para designar as equipes ou os jogadores que tenham uma boa atuação no início de um campeonato, ou mesmo em uma partida, e depois perdem desempenho de modo a serem superados pelos demais.
Na política, o “cavalo paraguaio” é aquele candidato que surge, de início, à frente de todos os outros, se mostrando como favorito, forte e imbatível. Porém, muitas vezes, trata-se de uma situação fictícia, um blefe, uma mentira ou uma cortina de fumaça para ludibriar o analfabeto político e os adversários. Principalmente, se valendo de pesquisas manipuladas e de notícias falsas.
O problema é que hoje esse tipo de manipulação política tem dificuldade de se sustentar por muito tempo, devido o aumento na quantidade e na qualidade dos meios de informação – jornais, tevê, rádio, redes sociais etc. Em 2022, 76% dos brasileiros tiveram contato com fake news na política, ou seja, foram expostos a informações possivelmente falsas, traiçoeiras e enganosas sobre política.
O “cavalo paraguaio” na política esconde diversos perigos consigo, desde um passado sombrio até vícios, mentiras, enganos, trapaças, acordos espúrios etc. Por isso, os eleitores e as eleitoras devem qualificar o voto para evitar que esse tipo de “político” alcance um cargo eletivo, através do voto e com propostas vãs.
Em geral, quando se elege, o “cavalo paraguaio” desvia o dinheiro público e aplica o mínimo que sobra em atividades improdutivas. Ele sabota a legitimidade política, aumentando nas populações a descrença nos governantes, a desigualdade, a exclusão e a violência.
Inicialmente, o típico candidato “cavalo paraguaio” se manifesta através de “pesquisas fakes”, onde aparecem sempre na frente dos adversários e com um crescimento exponencial, sem que um fato político excepcional justifique os dados. Ou seja, a cada nova “pesquisa fake”, o “cavalo paraguaio” cresce e se afasta dos demais, sem que haja uma mudança sensível no cenário político local, isto evidencia a manipulação proposital dos dados.
Nesse contexto, tanto o “cavalo paraguaio” quanto as “pesquisas fakes” são nocivas à integridade das eleições e, principalmente, para o desenvolvimento das cidades, pois trazem na origem a corrupção. Dentre os efeitos negativos da corrupção estão a desestabilização da economia, a precarização das relações de trabalho, o aumento do risco da atividade econômica, a redução dos investimentos, resultando na diminuição do crescimento de uma economia.
Diante dessa realidade, os eleitores e as eleitoras precisam de muita atenção quanto às manipulações das candidaturas de “cavalos paraguaios” nas próximas eleições municipais. Na verdade é um golpe político ou um estelionato eleitoral – consiste, na prática, de golpes, nos quais o candidato mente e engana o eleitor para obter um cargo eletivo.
Portanto, é fundamental que os eleitores e as eleitoras entendam que o “cavalo paraguaio” só é confiável, bom e próspero nas “pesquisas fakes”. Ele se sustenta em notícias falsas, que inundam as redes sociais, os vídeos editados, fotos com filtros, áudios simulando vozes de candidatos para sugerir determinadas reações a pesquisas etc. No vale-tudo das eleições, os conteúdos enganosos têm se proliferado na internet, também, através dos candidatos “cavalo paraguaio”.