Saiba por que a Colômbia sacrificará “hipopótamos-cocaína” de Escobar

Os “hipopótamos-cocaína”, como são apelidados, podem gerar um prejuízo equivalente a R$ 17 milhões à Colômbia se forem exportados

O governo da Colômbia decidiu sacrificar uma manada de hipopótamos descendentes dos “pets exóticos” importados pelo narcotraficante Pablo Escobar nos anos 90. O alto índice populacional dos animais – que não têm predadores naturais naquele país – motivou a decisão extrema do Ministério do Ambiente contra os bichos, conhecidos como “hipopótamos-cocaína”.

 
Saiba por que a Colômbia sacrificará “hipopótamos-cocaína” de Escobar
 
 
 

Quatro hipopótamos foram importados ilegalmente da África pelo narcotraficante Escobar na década de 90 e se reproduziram a ponto de alcançar a marca de quase 200 indivíduos. São animais robustos, que podem pesar mais de duas toneladas e, por isso, seus predadores também são selecionados – na África, apenas os leões os encaram.

Por conta da falta de adversidades naturais, os hipopótamos se reproduziram sem parar na Colômbia. Os animais começaram a se alimentar de todos os tipos de plantas, o que afetou a cadeia alimentar, e se tornarem uma ameaça à biodiversidade colombiana.

Uma estimativa do Ministério do Ambiente da Colômbia revela que, caso os animais não tenham sua reprodução interrompida por meio da eutanásia, da esterilização e da “exportação” para outros países (como México, Índia e Filipinas), os hipopótamos-cocaína podem alcançar a marca de mais de mil indivíduos em doze anos. “Eles estão se reproduzindo sem controle”, alertou a ministra do Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, nessa quinta-feira (2/11).

Animais mortais
Os animais são apelidados de “hipopótamos-cocaína” (do inglês “cocaine hippos”), e a maioria dos cientistas na região afirma que a melhor alternativa seria a esterilização dos bichos, que são conhecidos principalmente por sua agressividade natural – e chegam a integrar a lista de animais mortais.

Além disso, os colombianos não veem com bons olhos os animais invasores. “Algumas pessoas podem ficar relativamente bravas quando falamos dos hipopótamos. Tendem a entender muito mais uma espécie invasora quando falamo de uma planta, ou criaturas pequenas, mas não um animal grande e mamífero, que podem achar fofo”, explicou a bióloga Nataly Castelblanco.

No começo do ano, um dos hipopótamos morreu atropelado e a Colômbia anunciou uma tentativa de enviar os animais para Índia e México, que custararia em torno de US$ 3,5 milhões (equivalente a R$ 17 milhões).

Fonte: Metrópoles