Sábado, 19 de julho de 2025, 21:22
CEARÁ

Diretor de fundação hospitalar é suspeito do assassinato da enfermeira piauiense

A informação foi divulgada no Diário Oficial do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

A Polícia Civil do Ceará está investigando se o diretor de uma fundação hospitalar teria ordenado a morte da enfermeira piauiense Jandra Mayandra, de 36 anos, assassinada em maio deste ano em Fortaleza. A informação foi divulgada no Diário Oficial do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) na quinta-feira (25).

  

Assassinada em Fortaleza. Foto: reprodução

   

Segundo a publicação, o diretor, que havia contratado a vítima, apresentou "inconsistências" em seu depoimento. A polícia suspeita que a morte de Jandra esteja relacionada a um processo de intervenção na fundação, que recebe recursos milionários e enfrenta acusações de fraudes.

O homicídio da enfermeira tem características de um "assassinato profissional", e Jandra possuía informações privilegiadas sobre a fundação. O celular do diretor foi apreendido para investigação, visando obter mais detalhes sobre o crime e os possíveis envolvidos.

O crime foi planejado, com uma divisão de tarefas para garantir seu sucesso. Uma evidência de "assassinos profissionais" é a ausência de estojos de munição no local, apesar de testemunhas confirmarem que a arma utilizada foi uma pistola, que ejeta estojos. Há suspeitas de que policiais militares tenham removido os estojos da cena.

Em junho, quatro policiais militares foram presos por suspeita de envolvimento no homicídio, mas foram soltos posteriormente. Eles haviam consultado o sistema da polícia para obter informações sobre a vítima.

Fundação investigada

A fundação, que administra vários hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no Ceará, está sob investigação por irregularidades como superfaturamento e desvio de finalidade. Em 2020, o Ministério Público do Ceará desaprovou suas contas de 2014 a 2017. Documentos indicam que proprietários de empresas fornecedoras de bens hospitalares para a fundação eram também procuradores com poderes ilimitados, configurando um conflito de interesses.

De 2014 a 2020, a fundação recebeu mais de R$ 440 milhões em recursos públicos. Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou diversas irregularidades, incluindo transferências de recursos sem autorização e contratações direcionadas a empresas de familiares de um ex-prefeito de Juazeiro do Norte.

Leia Também

Dê sua opinião: