Sexta, 05 de dezembro de 2025, 08:00

Xadrez na Política

COLUNA

ALIENAÇÃO PARENTAL POLÍTICA

Por Arnaldo Eugênio, doutor em Antropologia.

A dinâmica dos últimos fatos na política brasileira traz à tona, a cada novo episódio – p.ex. o colossal roubo no INSS, que se intensificou durante a pandemia de COVID19 –, as tramas e fraudes contadas pela classe política de oposição ou da “teoria da Terra plana” têm sido usadas para brutalizar e dividir a sociedade, dando voz e vez ao lado mais sórdido da política brasileira: a mentira e a trapaça como armas de poder.

Desde 2019, os “Terraplanistas”, principalmente de direita e da extrema-direita, têm exercido um abuso político, emocional e psicológico sob parte do eleitorado brasileiro, se utilizando de narrativas inverídicas – de monstros e de fantasmas – e de discursos de ódio, em nome de um “deus da guerra”, para criar o cenário ideal a um golpe de Estado.

 Ao longo dos anos de preparação da conspiração golpista (2019-2022), os defensores do universo paralelo, e alguns ainda insistem, transformaram eleitores em minotauros ("Touro de Minos") presos em labirintos mentais, criando com ódios e fake news um contexto sociopolítico para repudiar ou prejudicar a percepção da realidade e o contrário.

Assim, presos no labirinto de minotauro, milhares de eleitores estão com danos mentais severos que inibem o desenvolvimento de um senso crítico e compromete uma convivência social saudável. Ou seja, são vítimas de uma “alienação parental política”, que os aprisionam na ignorância, no ódio, na religião à serviço da má política e na idolatria ao falso “mito da moralidade”.

Nesse sentido, a alienação parental política se realiza pelo abuso emocional e psicológico do eleitorado, onde a classe política vil e negacionista de oposição ao governo cria uma série de inverdades ou factoides contra os seus adversários e os críticos. Cujo objetivo é manipular a consciência dos seguidores e a percepção da realidade, corroendo o mental e o desenvolvimento do senso crítico, as ciências e as relações sociais saudáveis.

Os efeitos da alienação parental política são gravíssimos e prejudiciais para a saúde do eleitorado alienado, incluindo problemas psicológicos como depressão, ansiedade, alucinações e agressividade. Noutros casos, existem prejuízos diretos no desenvolvimento psicossocial, que podem levar eleitores ao isolamento social, a neurose e ao sofrimento emocional crônico.

No plano jurídico, muitos eleitores alienados são teleguiados ou aliciados para a prática de atos violentos e ações criminosas – como invadir, depredar e vandalizar as instituições democráticas – passíveis de sanções penais com multas, condenações e prisões.

Dentro desse contexto, a oposição da “teoria da Terra plana” utiliza os fake news e o medo como uma estratégia para atacar as instituições, criar rivalidades insanas e sabotar a democracia no Brasil. Esse tipo de manipulação que se dá pela alienação parental política, e culminou com a tentativa de golpe de Estado, e agora tenta impor uma anistia irrestrita aos golpistas, é extremamente nociva para o processo civilizatório brasileiro – incluindo a política, a saúde pública etc.

Para se ter uma ideia, segundo levantamento feito pelo site de checagem “Aos Fatos”, em 1.170 dias desastrosos na presidência, Jair Bolsonaro espalhou 5.052 declarações falsas ou distorcidas – em média, mais de 4 fake news por dia! Essa prática política de manipular pela mentira e pelo ódio instigou incontáveis animosidades entre os eleitores no Brasil – incluindo mortes e flagelos familiares, a partir do destilar de inverdades.

Portanto, é necessário, e possível, extinguir as raízes da alienação parental política trazida pela extrema-direita. Os julgamentos, as condenações, as prisões, e, principalmente, as eleições de 2026 serão fundamentais à limpeza na política.

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