O domingo, dia 21 de setembro, é mais um daqueles dias que entra para a histórica do Brasil: o povo voltou às ruas pelo país e em nome da democracia. Isto é, por um Brasil sem golpistas, sem anistia nem parlamentares coniventes com os crimes da “bandidagem política”.
Isso posto, não devemos avaliar os impactos do povo indo às ruas contra a tentativa de golpe, a anistia e a “PEC do escárnio” somente pela quantidade de manifestantes em todas as capitais do país. Mas, sobretudo, a partir dos motivos que suscitaram, e ainda devem continuar estimulando, a indignação na maioria da população brasileira com a postura do Congresso Nacional.
Pois, foi diante a tantos absurdos e ao corporativismo sem limites do Parlamento, que só tem olhos para os interesses da classe política em detrimento das demandas sociais, principalmente da extrema-direita, que o povo brasileiro se mobilizou para voltar às ruas pela democracia e contra, também, à “PEC da impunidade”.
Esse movimento improvável nas ruas foi catalisado pela votação da “PEC da bandidagem”, que uniu a maioria de “deputados minudentes” – de direita, do “centrão”, da extrema-direita e da esquerda – com “voto sim”, para dificultar a abertura de processos criminais contra os membros do Parlamento.
Assim, sem precisar de convocatória pelo Presidente Lula, que estava com baixa aprovação popular, a votação incongruente Câmara dos Deputados atraiu contra si a revolta popular, fazendo-a entender que que, para mudar o país, é preciso mudar (ou faxinar) o Legislativo no Brasil, a começar pelo Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas, e, depois, as Câmaras Municipais.
Pois, da forma como se deu a votação da “PEC da bandidagem” na Câmara do Deputados – uma prática similar nos legislativos brasileiros – todos os deputados estavam cientes do teor do texto-base e, principalmente, das suas consequências. Assim, tanto que a maioria votou “sim” e poucos votaram “não”, pois sabiam exatamente do que tratava a “PEC pró-corruptos”.
Portanto, não será um dissimulado pedido de desculpas – com batom na cueca – que os isentará de responsabilidade e da indignação popular. Principalmente, por ter sido um “voto sim” intencional contra os interesses da população brasileira, mostrando que todo “político dissimulado” não merece a confiança do eleitorado.
Nesse sentido, como forma de passar o Brasil a limpo, a indignação popular nas ruas em defesa da democracia e contra a corrupção deverá continuar até as eleições de 2026. É quando a mudança deverá se consolidar com um sonoro “voto de nunca mais” para os “deputados minudentes” – de direita, do “centrão”, da extrema-direita e da esquerda – que optaram em defender impunidade, a anistia e a corrupção.
Dessa maneira, nós – os brasileiros – estaremos escrevendo um nova página na política do Brasil, onde o candidato a “político dissimulado” não tenha acesso a uma cadeira no Parlamento – federal, estadual ou municipal. Pois, os gritos nas ruas pela democracia não é apenas contra a anistia, os golpistas, a impunidade e os privilégios. Mas, sobretudo, contra uma classe política acostumada a tripudiar do senso crítico do eleitorado do país.
Todavia, não sejamos ingênuos, pois enquanto o povo estava nas ruas, existiam “raposas políticas” e outros golpistas confabulando nas sombras dos Poderes para mascarar a “PEC do banditismo” com o nome de “PEC da dosimetria”. Aqueles estão construindo meios políticos com ares jurídicos, para usufruírem do espólio eleitoral bolsonarista.
Sem dúvidas, a volta do povo brasileiro às ruas, pelo país e em nome da democracia, traz um novo alento para que as gerações atuais e, principalmente, as novas gerações recebam um país melhor.

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