O mês de dezembro é carregado de simbologias e de marcadores sociais, que nos envolvem em diversas dinâmicas. Dezembro representa o encerramento do ano, simbolizando reflexão, renovação, gratidão e conscientização, tendo o Natal (nascimento de Jesus), o Réveillon (virada do ano) e as campanhas de saúde pública, como eventos centrais.
Porém, para além das simbologias tradicionais do mês de dezembro, que estão associadas aos três eixos – as campanhas de conscientização, as celebrações de Natal e de Ano Novo –, existem, também, as representações sociais ligadas aos sonhos, o tempo e à astrologia/espiritualidade, que trazem as respostas e os julgamentos do Universo.
O mês de dezembro abrange os signos de Sagitário (até 21 de dezembro) e Capricórnio (a partir de 22 de dezembro); e os Orixás (Candomblé e Umbanda), em algumas tradições, à Iemanjá, a grande mãe e senhora das águas; além de suscitar a reflexão sobre a Roda do Samsara, ou Roda da Vida (Bhavacakra) – o ciclo incessante de nascimento, vida, morte e renascimento (Samsara), impulsionado pelo carma e pelos desejos, buscando a libertação através da iluminação (Nirvana).
Assim, as várias dinâmicas sociais promovem o rompimento e fechamento de ciclos e de diversos reboliços sociais, que incluem as confraternizações e as ceias natalinas; o desnudar de máscaras, enganos, traições e mentiras; as ações policiais contra os tráficos, os roubos programados e os assaltos nas ruas; as propagandas extemporâneas de pré-candidaturas às eleições 2026, dentre outros.
Por um lado, as campanhas de saúde pública, como eventos centrais, buscam despertar a consciência nos incautos e são identificadas por cores específicas, tais como: o Dezembro Vermelho, a campanha nacional de prevenção e controle à AIDS/HIV; o Dezembro Laranja, uma ação dedicada à conscientização sobre a prevenção do câncer de pele.
Por outro lado, na maioria das celebrações de Natal e de Ano Novo, o que mais tem prevalecido entre os celebrantes é a mercadorização das datas em detrimento da ressignificação das más condutas éticas e morais, e das promessas vazias. É uma representação social complexa, mostrando o caos de existência e os elos que nos prendem a um sofrimento cíclico em três venenos: a ignorância, o apego e a aversão.
Nesse sentido, para milhares pessoas, as simbologias e os marcadores sociais do mês de dezembro podem servir apenas para reproduzirem o mais do mesmo e mantê-los no Umbral (do latim umbra, sombra). Onde espíritos perturbados ou apegados a vícios e erros terrestres se encontram para purificação, funcionando como um estado de consciência de baixa vibração, não um lugar físico fixo, mas uma zona psíquica ao redor da Terra.
Todavia, é possível crer, também, que, para milhares de outras pessoas no planeta Terra, a onda de simbologias e de marcadores sociais do mês de dezembro, possa servir de impulso a um ponto de inflexão existencial, para o despertar da alma, o fechar de ciclos, o cultivar da empatia, o realizar de sonhos, o liberar do autoperdão, o desbloqueio de crenças limitantes, o ressignificar das atitudes e o servir a outrem com compaixão, sem se prenderem a uma data simbólica.
Portanto, as várias simbologias e marcadores sociais do mês de dezembro nos chamam, também, à morte do velho eu, preso no ciclo (Samsara), em uma roda de existências condicionadas pelo carma e pelos desejos. Porém, sempre sujeitos à impermanência e ao sofrimento, onde podemos renascer de processos cármicos. Mas, caberá a cada um se decidir, por amor ou na dor.

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