Após o julgamento histórico no Supremo Tribunal Federal (STF) e as condenações do núcleo da trama golpista – um ex-presidente da república e militares de alta patente do Exército –, muitos brasileiros tiveram umalento democrático, depois das violações dos princípios da legalidade e da moralidade do pior governo da República brasileira.
Todavia, não é que o Judiciário abandonou o caráter elitista ou que agora o Congresso irá legislar em função dos interesses da população, entende-se que é inaceitável abdicar da gestão racional e responsável das demandas urgentes do país, além de controlar a periculosidade do extremismo político, que preconiza a tomada do poder à força, com fake news, ódios e abolição institucional.
O fato é que, a condenação do núcleo da trama golpista mostra a importância dos freios constitucionais para prevenir e punir o oportunismo de autoridades, a sabotagem às instituições, o personalismo, a tirania, o culto ao ódio, a corrupção endêmica, o autoritarismo e o financiamento de grupos paramilitares contra o Estado democrático.
Nesse sentido, para além das circunstâncias golpistas e lavajatistas da “República de Curitiba”, que assaltou o poder político em 2018, o julgamento e a condenação do núcleo da trama golpista no STF reforça a finalidade do sistema de freios e contrapesos em impedir a concentração de poder, evitar abusos e assegurar a autonomia e independência dos poderes, para proteger a democracia e os direitos dos cidadãos.
Porém, a população brasileira não deve esperar apenas que os ministros do STF sejam botes salva-vidas, sem que a sociedade – através dos eleitores – não exerça o seu papel de controle pelo voto. Afinal, ninguém chega ao poder político para destruir os alicerces do sistema democrático sem a permissão do povo.
Assim, foi por meio do voto que, em 2022, a população brasileira se livrou de um governo autoritário, extremista e golpista, onde os atos perversos tinham como objetivo dividir a sociedade, deslegitimar as instituições e, por fim, a destruição da democracia. Cujo modus operandifoi, por um lado, destratar parte da imprensa e, por outro lado, instigar os seus sectários, acintosamente, contra o Poder Judiciário e as instituições.
Por isso, o julgamento histórico e as condenações exemplares do núcleo da trama golpista pelo STF servem de parâmetros para prevenir e punir aqueles que agem de forma sistemática contra os princípios do Estado Democrático de Direito, disseminando diversas ideias extremistas para manipular os seus adeptos por meio de fake news, da cisão da sociedade, do negacionismo e da desobediência legal.
O assanhamento ditatorial do ex-presidente da república e militares de alta patente do Exército – ou o núcleo da trama golpista – se estruturou a partir de um serviço paramilitar de informação e do aparelhamento de órgãos públicos, para articular uma série de ataques aos instrumentos democráticos e aos Poderes constitucionais – especialmente o Judiciário –, como forma de demolir a democracia por dentro e efetivar um golpe de Estado.
Contudo, as condenações pelo STF são importantíssimas e trazem uma sensação de alento democrático, mas não finda a intentona golpista, poisainda existem muitos tentáculos do núcleo da trama golpista tentando se rearticular e manter viva a chama de golpe de Estado.
Portanto, é necessário permanecer alerta para proteger a democracia contra os demagogos, os golpistas, os tiranos, os negacionistas, os corruptos e os genocidas, queainda agem para encravar a nação numa teia deobscurantismo político e no perecimento social, criando as condições perfeitas de sabotagem para a destruição da democracia brasileira.

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