Colegas e familiares de Ana Beatriz Aragão, de 20 anos, aluna de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), estão organizando uma vaquinha para poder pagar um intérprete de Libras para a estudante, que é surda. A instituição não está disponibilizando profissionais para discentes, e Beatriz está precisando contar com a solidariedade de pessoas comovidas para não ser prejudicada.
“Quando eu cheguei aqui, não tinha acessibilidade em Libras. Me senti muito prejudicada nesse sentido. Minha mãe que sempre auxiliou alguém para estar aqui junto para fazer essa acessibilidade [...] Para [eu] conseguir fazer de fato esse curso. Minha vontade é de permanecer, não estou com o intuito de desistir”, desabafou a universitária, por meio de uma intérprete. Ana Beatriz entrou no curso por meio do sistema de cotas.
O que diz a UFPI
Segundo a instituição, o problema vem com a extinção do cargo de intérprete de Libras durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que torna impossível a realização de um novo concurso público.
Outro problema é a falta de previsão de orçamento para este ano, o que impossibilita a realização de um seletivo para a área.
Para Fábio Passos, coordenador da Coordenação de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade (COIDEIA), há uma questão burocrática que dificulta ainda mais a contratação de um profissional. “Não tem o que a gente fazer. É uma estrutura. Tem processos licitatórios, tem abertura de editais, toda uma demanda que a gente precisa ter todo um rito dentro da universidade, além de busca de códigos de vagas que a gente possa abrir esses concursos”, explicou.
O coordenador, no entanto, assegura que uma contratação temporária de um intérprete está sendo avaliada para o caso e que a universidade está fazendo um “esforço contínuo”.
Colegas fazem vaquinha
Colegas da aluna vêm realizando uma vaquinha para custear a contratação de um intérprete que possa auxiliá-la durante as aulas. Um profissional da área cobra cerca de R$ 150,00 por hora.
“A gente se juntou e divulgou nas redes sociais para que tivesse um alcance maior e mais pessoas pudessem ajudar a gente nessa questão”, disse o estudante Emanuel Gomes.
Fonte: G1 Piauí
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