Quarta, 02 de abril de 2025, 04:47
ACESSIBILIDADE

Alunos da UFPI fazem vaquinha para contratar intérprete de Libras

Instituição afirma que processo burocrático dificulta contratação de profissional.

Colegas e familiares de Ana Beatriz Aragão, de 20 anos, aluna de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), estão organizando uma vaquinha para poder pagar um intérprete de Libras para a estudante, que é surda. A instituição não está disponibilizando profissionais para discentes, e Beatriz está precisando contar com a solidariedade de pessoas comovidas para não ser prejudicada.

  

Alunos da UFPI precisam fazer vaquinha para custear intérprete de Libras para colega. Foto: Reprodução

   

“Quando eu cheguei aqui, não tinha acessibilidade em Libras. Me senti muito prejudicada nesse sentido. Minha mãe que sempre auxiliou alguém para estar aqui junto para fazer essa acessibilidade [...] Para [eu] conseguir fazer de fato esse curso. Minha vontade é de permanecer, não estou com o intuito de desistir”, desabafou a universitária, por meio de uma intérprete. Ana Beatriz entrou no curso por meio do sistema de cotas.

O que diz a UFPI

Segundo a instituição, o problema vem com a extinção do cargo de intérprete de Libras durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que torna impossível a realização de um novo concurso público.

Outro problema é a falta de previsão de orçamento para este ano, o que impossibilita a realização de um seletivo para a área.

Para Fábio Passos, coordenador da Coordenação de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade (COIDEIA), há uma questão burocrática que dificulta ainda mais a contratação de um profissional. “Não tem o que a gente fazer. É uma estrutura. Tem processos licitatórios, tem abertura de editais, toda uma demanda que a gente precisa ter todo um rito dentro da universidade, além de busca de códigos de vagas que a gente possa abrir esses concursos”, explicou.

O coordenador, no entanto, assegura que uma contratação temporária de um intérprete está sendo avaliada para o caso e que a universidade está fazendo um “esforço contínuo”.

Colegas fazem vaquinha

Colegas da aluna vêm realizando uma vaquinha para custear a contratação de um intérprete que possa auxiliá-la durante as aulas. Um profissional da área cobra cerca de R$ 150,00 por hora.

“A gente se juntou e divulgou nas redes sociais para que tivesse um alcance maior e mais pessoas pudessem ajudar a gente nessa questão”, disse o estudante Emanuel Gomes.

Fonte: G1 Piauí

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